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12/03/2019

Sala de crise da ANA deixa fora da pauta avaliação sobre impacto de Brumadinho


A videoconferência promovida quinzenalmente pela Agência Nacional de Águas (ANA) para discutir as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco deixou de discutir, nesta segunda-feira (11 de março) a pauta referente ao impacto do rompimento da barragem da empresa Vale em Brumadinho (MG). Na reunião anterior, o tema foi discutido e havia o acordo para que fossem atualizadas as informações.


A reunião discutiu questões igualmente relevantes para a operação dos reservatórios de água do Velho Chico, mas o problema mais recente e preocupante em relação ao Rio Paraopeba, afluente do São Francisco, ficou de fora. Durante as duas últimas reuniões, o problema originado em Brumadinho foi debatido pelos participantes, dentre os quais, usuários diversos, a exemplo do poder público, irrigantes, Ministério Público Federal, governos estaduais, Marinha, entre outros.

Durante a videoconferência transmitida para os estados banhados pelo chamado rio da integração nacional, também foi discutida a implementação da resolução elaborada no ano de 2018 em conjunto com os diversos usuários das águas do São Francisco, através da qual foi estabelecida nova vazão mínima para o rio. De acordo com o documento, a defluência mínima no Baixo São Francisco, por exemplo, não deve ficar abaixo dos 700 metros cúbicos por segundo (m³/s). Mas, pelo fato de o rio iniciar o período seco a partir do próximo mês, alguns segmentos defendem a redução desse patamar.

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, acompanhou a reunião por videoconferência, no escritório do colegiado, em Maceió (AL). Ele reforçou o posicionamento da professora Yvonilde Medeiros, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que considerou a necessidade de respeito à resolução da diretoria da ANA, que estabelece novas regras para operação dos reservatórios da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). “Trata-se de uma construção que leva em conta diversos aspectos. É importante que seja respeitada, até mesmo para valorizar as decisões tomadas”, afirmou Miranda. “Até porque, trata-se de uma construção coletiva”, complementou.

O superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA, Joaquim Gondim, apresentou estudo, o qual aponta para o registro de 63% do volume útil do reservatório de Três Marias, em Minas Gerais. O índice, segundo ele, representa, pelo menos, 17 pontos percentuais do melhor cenário, levando em consideração o levantamento dos seis últimos anos do cenário da bacia hidrográfica.

O resultado é que pode melhorar as condições de operação do reservatório de Sobradinho, na Bahia, que apresenta 39% de armazenamento do seu volume útil, cerca de 20 pontos percentuais melhor que os últimos cinco anos. “Os números confirmam que a situação atual é melhor que os últimos anos. Não há nenhum cenário que venha a repensar o patamar mínimo da resolução, estabelecida em 700 m³/s. Qualquer modificação no documento só será feito se foram apresentados argumentos robustos”, anunciou Gondim, que recebeu o apoio do presidente do CBHSF.

Mesmo diante da discussão, que afeta diretamente a saúde do Velho Chico e que provocou o envolvimento de todos os participantes da reunião, o único a permanecer ausente é a representação do governo de Alagoas. A próxima reunião da sala de crise do Rio São Francisco acontece no dia 25, a partir das 10h, no horário de Brasília.

 

Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Mariana Martins
Foto: 

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