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24/07/2018

Rio São Francisco é tema de mesa-redonda na 70ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

Na tarde desta segunda-feira (23 de julho) os problemas do Rio São Francisco foram discutidos com uma plateia diversa na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), durante a mesa-redonda “Bacia hidrográfica do rio São Francisco: desafios políticos, sociais e econômicos”, a qual contou com apresentações do professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), José Almir Cirilo e do presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda. A palestra faz parte da 70ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece durante toda a semana em Maceió (AL), na Ufal.

Na sua apresentação, o presidente do CBHSF abordou temas de grande relevância para a gestão das águas do São Francisco. Ele defendeu a urgente mudança da matriz energética no Velho Chico, privilegiando os sistemas eólicos e solares; e relacionou os pactos defendidos pelo Comitê para a manutenção do chamado rio da integração nacional. “Como o pacto da legalidade, que envolve os governos. Estão penhorando bens que não são nossos, são das futuras gerações, inclusive com o silêncio da Academia, é preciso dizer isso”, afirmou Anivaldo Miranda, atraindo os aplausos da plateia.

Ele alertou para o desmatamento do cerrado e do semiárido, biomas dos mais antigos do Planeta. “O silêncio do Congresso Nacional também é alarmante nesse quesito. Houve a aprovação de leis que visam preservar a Amazônia, que já foi devastada mesmo, mas se esquece dos demais biomas”, acrescentou Miranda. “Fala-se no aquífero Urucuia, mas o que se faz com os demais aquíferos é algo altamente criminoso, sem qualquer controle”, completou Miranda.

O professor Almir Cirilo abordou questões como as vazões naturais do chamado rio da integração nacional e os problemas que ocasionaram o cenário atual, com uma defluência mínima registrada no São Francisco, que chega a 600 metros cúbicos por segundo (m³/s). “Eu comecei minha ligação com o Velho Chico em 1979, quando precisei fazer um deslocamento em Pernambuco e a cheia impediu. Foi a maior cheia de que se tem notícia no São Francisco. A partir daí, decidi mergulhar nas suas questões”, disse Cirilo.

Cirilo defendeu um amplo programa de dragagem para manter os canais de navegação e apontou como um dos mais graves conflitos pelo uso da água o impacto provocado pelo setor elétrico. “A matriz energética mudou e é necessário priorizar outras formas de geração energética”, defendeu. E apontou como alternativas a energia eólica e a solar. “Todas as ações para melhorar o ambiente degradado da bacia precisam, efetivamente, sair do papel e a revitalização é essencial nesse cenário”, concluiu o professor Almir Cirilo, que já participou do CBHSF e até recentemente era integrante do governo de Pernambuco.

Durante a mesa-redonda, também houve a apresentação do professor Igor da Mata Ribeiro, da Ufal, sobre a pesca e a importância econômica para a população ribeirinha. O público, formado essencialmente de alunos de diversos cursos de graduação e professores do curso de Geografia da Ufal, acompanhou a programação.

Confira as fotos do evento: 

*Texto: Delane Barros
*Fotos: Delane Barros

 

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