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19/05/2016

Rio da integração acadêmica

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O rio da integração nacional agora também é o rio da integração acadêmica. As pesquisas sobre o São Francisco vão além da divisa dos cinco estados que abrangem sua bacia hidrográfica (Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe) e alcançam a produção científica de outras regiões e países, avançando fronteiras, ao despertar o interesse de instituições espanholas e alemãs, por exemplo. Nos diversos sotaques das apresentações, um só propósito: a preservação do Velho Chico. Assim, o apelido carinhoso dado pela população ribeirinha, grande parte sem instrução, passou a ser tratamento cada vez mais adotado, com toda reverência, por mestres e doutores renomados de importantes universidades. Agora, por meio de um fórum de pesquisadores, eles buscam descobrir e compartilhar valiosos conhecimentos, unidos pela causa em favor do rio.

Não há ainda, oficialmente, registros de qual teria sido a primeira pesquisa acadêmica feita por brasileiros sobre o São Francisco, desde a sua descoberta, em 1501, pelo desbravador genovês Américo Vespúcio. Sabe-se, entretanto, que dentre os primeiros estudos para seu aproveitamento destacam-se, pela abrangência e pelo rigor técnico, dois trabalhos elaborados durante o Império,em 1852 e 1855, respectivamente, pelos engenheiros Emmanuel Liais (francês) e Henrique Halfeld (alemão). Contratadas pelo Imperador Dom Pedro II e pelo Governo Imperial, ambas as pesquisas tinham como foco a navegação.

Se, por um lado, não há informações precisas de quando os acadêmicos brasileiros passaram a se interessar pelo rio que une as regiões Sudeste e Nordeste, tampouco se sabe hoje, precisamente, quantas pesquisasestão sendo realizadas pelas diversas universidades do País. O que não se tem dúvidas, entretanto, é quanto ao significativo volume e, sobretudo, à importância do conjunto desses estudos para as decisões acerca do rio, abrangendo não somente questões relativas à gestão dos já escassos recursos hídricos da bacia, mas todos os aspectos socioculturais envolvidos.

“Mapear esses trabalhos tão ricos para o conhecimento sobre a bacia hidrográfica do rio São Francisco tem sido um grande desafio, até pelas múltiplas vertentes possíveis para os estudos em diversos subtemas. Nosso objetivo agora é tentar envolver o máximo possível de pesquisadores nessa missão, valorizando todos os trabalhos em suas áreas”, diz a professora Yvonilde Medeiros, doutora do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Com o tema “Avaliação dos Impactos Hidrológicos da Implantação do Hidrograma Ambiental do Baixo Trecho do Rio São Francisco”, a mais recente pesquisa coordenada por ela conclui, por exemplo, que a prática da vazão mínima, adotada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), significa, de fato, a morte para o meio ambiente.

Para ler a matéria completa da Revista Chico nº 8, clique aqui.

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