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22/05/2019

Resultado de expedição no São Francisco será entregue por pesquisadores ao CBHSF

 


Desmatamento, assoreamento, poluição aquática, uso indiscriminado de agrotóxicos, presença de espécies fora do ambiente natural são alguns dos problemas identificados pela expedição realizada na região do Baixo São Francisco, entre Alagoas e Sergipe em outubro do ano passado. O trabalho, realizado por pesquisadores, professores e estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), com participação de diversas instituições, contou com o apoio do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF). O resultado da expedição foi transformado em documento e será entregue ao Comitê, no qual aponta soluções, ações a serem desenvolvidas a curto, médio e longo prazo e poderá servir de base para criação de um programa de monitoramento do Rio São Francisco.


O coordenador da expedição e professor da Ufal, Emerson Soares, explica que os problemas identificados surpreenderam a todos pelos altos índices de agressão ao Velho Chico. Ele confirmou que já conseguiu apoio financeiro do governo federal para repetir o levantamento na região no mês de novembro. Com isso, será possível comparar os resultados após o intervalo de um ano e saber o que mudou, após algumas modificações de cenário, a exemplo do aumento da vazão defluente, entre outros. “O aumento da salinidade provocou a mudança de cultura para muitos agricultores, que plantavam arroz e isso impactou, inclusive, na saúde dessas pessoas, porque passaram a manusear agrotóxicos. Como aumentou a vazão, vamos fazer o comparativo com o quadro atual”, explica Emerson Soares.

De acordo com o professor da Ufal, outra situação de grande preocupação é o lançamento de esgotos no rio. A equipe que atuou nessa área constatou um índice altíssimo de coliformes fecais, em todas as cidades estudadas, desde Piaçabuçu, até Traipu, em Alagoas. Os estudos apontaram parâmetros físico-químicos acima dos aceitáveis, como nitrato, substância cancerígena.

Com tantos problemas identificados, não é novidade o surgimento de conflitos de toda ordem. “Como o assoreamento aumentou bastante na região, isso tem ocasionado problemas. Há conflitos agrários entre pescadores e agricultores e que mais causam prejuízos às populações que vivem no entorno do rio”, explica Emerson Soares. Na próxima etapa do trabalho, o pesquisador pretende entrar numa outra área, que é a de micro plásticos. Isso porque, no ano passado, foram coletadas amostras de peixes vendidos nas feiras e que se apresentam como sendo de má qualidade.

A suspeita é de que sejam encontradas as pequenas partículas de plástico no interior de espécies lacustres que são levadas ao consumidor. “Falta muita ação de educação ambiental”, comenta Soares. A próxima expedição, garante ele, trará subsídios para a criação de monitoramento do Rio São Francisco e ambientes aquáticos de Alagoas e Sergipe. Segundo ele, isso vai gerar informações confiáveis e em tempo real e poderá apontar a eficácia das ações. Ele reforçou que os resultados estão sendo organizados e impressos para ser entregue ao CBHSF na forma de documento para nortear decisões do colegiado e iniciativas futuras em favor do rio.

 

Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Delane Barros
*Fotos: Edson Oliveira

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