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19/08/2013

Relatório da expedição no Baixo São Francisco é apresentado durante a plenária

Em prosseguimento à programação da XXIII Plenária Ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – que vem acontecendo em Salvador –, foi apresentado ao colegiado um relatório técnico produzido sobre a expedição realizada no Baixo São Francisco no último mês de julho, e que teve o intuito de detectar os principais problemas decorrentes da redução de vazão na região, ocorrida recentemente após decisão governamental, atendendo sugestão do setor elétrico.

Elaborado por professores das cinco principais universidades federais presentes na bacia do São Francisco – Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe – a expedição percorreu por quatro dias os principais municípios ribeirinhos dos estados de Alagoas e Sergipe. Durante a plenária do CBHSF, foi evidenciado por parte de dois técnicos integrantes da equipe da expedição “a realidade agonizante” que hoje vivem os moradores ribeirinhos, principalmente no que se refere ao abastecimento d’ água.

Segundo o professor da Universidade Federal de Sergipe – UFS, Antenor Aguiar, que integrou o grupo de pesquisadores, o principal motivo que levou à realização da jornada foi a “tentativa de mapear os problemas originários da redução da vazão”, disse. Para ele, “a redução da vazão é incompatível com a mínima garantia dos usos múltiplos da água”, observou.

Marcus Vinícius Polignano, professor da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, disse ser “impossível ter uma vazão abaixo de 1300/ m³ nessas localidades. Nos assustamos com tudo que está acontecendo. O povo está sem água. O CBHSF tem que tomar uma decisão quanto a isso. Está havendo mudança em todo o ecossistema do rio e isso se reflete no âmbito social, ambiental e econômico”.

De acordo com Polignano, “a criação do relatório da viagem tem como uma das premissas a criação de um grupo de estudo permanente de acompanhamento dos problemas gerados com a redução da vazão no Baixo São Francisco”, disse. Além disso, o relatório pode colaborar com o almejado pacto das águas do São Francisco, fornecendo subsídios para ampliar a discussão entre o CBHSF e os principais órgãos federais.

Expedição foi debatida pelo plenário
Após apresentação dos técnicos, o plenário do CBHSF se manifestou por meio dos principais segmentos integrantes do Comitê do São Francisco, revelando a verdadeira importância da convivência harmônica dos diversos usos múltiplos no processo de revitalização do Velho Chico.

O diretor de Operações da Companhia Hidroelétrica do Vale do São Francisco – Chesf, Mozart Arnaud, em sua fala, “afirmou a necessidade de se criar critérios entre o CBHSF e a Chesf quanto à redução de vazões”. Para ele, “o Velho Chico está agonizando e para que haja mudança nisso é essencial discutir sobre a operação hídrica. Neste caso, o CBHSF é peça fundamental ”, sugeriu.

O membro titular do CBHSF e presidente do CBH Piauí, importante afluente do rio São Francisco em Alagoas, Antônio Jackson, disse conviver diariamente com as mudanças na navegabilidade do rio, e que, hoje, é necessário haver consciência por parte dos entes da bacia para que se altere essa realidade. “O São Francisco está morrendo e precisamos criar alternativas para evitar essa tragédia. Precisa ser feito algo com rapidez e imediatismo”, observou.

O representante do Projeto Manuelzão, em Minas Gerais, Apollo Lisboa, disse ter realizado uma expedição similar no Alto São Francisco e manifestou o desejo de que o Comitê do São Francisco venha ter um papel de liderança entre os comitês de bacia do Brasil. “Precisamos defender o rio São Francisco para valer. Esse é o verdadeiro valor do comitê”, afirmou.

ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF

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