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11/11/2016

Desabafo do rio São Francisco: poesia sobre os cuidados com o rio

O rio São Francisco está há muito tempo em uma situação nada agradável. Ele precisa da nossa ajuda! O escritor Raimundo Nascimento escreveu uma poesia onde o rio desabafa e pede socorro. A poesia, além de informativa, traz a tona tudo o que o indivíduo precisa saber para preservar o rio São Francisco.

 O DESABAFO DO RIO SÃO FRANCISCO

Eu sou apenas um rio

Porém não posso falar

Mas vou fazer um alerta

Através deste poeta

Que se ‘pois’, no meu lugar.

E vai passar pra vocês

Que me ‘trás’ a poluição

Sem ter nenhuma noção

Do que isso causará.

 

Eu me chamo Rio São Francisco,

Venho da Serra da Canastra

Vou levando a irrigação

Por onde minhas águas passam

Vou percorrendo o  sertão

Molhando toda essa massa.

 

Uns me chamam Velho Chico

Outros me chamam Chicão

Mas também sou conhecido

Como o Rio da Integração

Por banhar vários estados

Da nossa federação.

 

Pois, venho aqui, meu amigo,

Fazer o meu desabafo

Aqueles que me polui

Que tira de mim pedaço,

E pra aqueles que me preservam

Já deixo um forte abraço.

 

Faço aqui um apelo

Prá quem desmata o meu leito

Eu peço por caridade

um pouco mais de respeito

e se tu queres viver,

eu tenho o mesmo direito.

 

Tenho direito a viver

Sem haver poluição

Levar água pra beber

A toda população

E pra isso é preciso

Sua colaboração.

 

Ao amigo agricultor,

Eu peço para você

Não jogue o lixo em mim

Isso só me faz sofrer…

Jogando o lixo no rio

Os peixes podem morrer.

 

Faço um apelo também;

Você aí da cidade…

Que faz de mim um refém

Da sua real crueldade

Tratem bem os seus esgotos,

Me faça essa caridade…

 

Não deixe sua vaidade

Acabar com o meu leito

Me preservar é preciso

Pois eu mereço respeito

Repensem mais os seus atos,

Repensem mais seus conceitos.

 

Se você tem o direito,

De viver eu também tenho

Se tu queres se empenhar

Eu também mereço empenho

Pois prá te sou necessário

Como a cana pro engenho.

 

E, é por isso que eu venho

Te pedir por gentileza

Não façam transposição

E nem construam represas

Não peço isso por mim,

Peço pela a natureza.

 

Pois nada será surpresa

Se ela se revoltar…

Com raiva, contra você

Você não vai suportar

Aí eu quero ver a culpa

Em quem você vai botar…

 

Vai ser tanto do penar…

Tanto arrependimento

Pais de famílias passando

Pelo o maior sofrimento

E eu sem poder fazer nada;

Por você, nesse momento.

 

E tu no teu aposento

Com o coração partido

Por não ter me escutado,

Não ter me dado ouvido

E, vai querer nesta hora

Tá morto no teu jazigo..

 

Isso é um grande pedido

Que faço a população

Desde as Minas Gerais

Até aqui, no Sertão,

Pois é preciso começar

Minha revitalização.

 

E a sua compreensão

Agradeço desde já

Antes de chegar meu fim

Antes deu vim a secar

Pois, se é de mim poluir

É MELHOR ME PRESERVAR.

 

Ribeirinho Raimundo Nascimento

 

 

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