05/12/2014
Crise do Velho Chico é debatida no 1º Fórum das Águas
A série crise hídrica pela qual passa a bacia do rio São Francisco integrou os temas do Fórum das Águas, realizado no Instituto Inhotim, na cidade de Brumadinho, Minas Gerais, nos dias 04 e 05 de dezembro. O encontro é uma iniciativa do Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba (Cibapar), em parceria com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), e contou com a presença de autoridades nacionais, como o diretor presidente da Agência Nacional das Águas – ANA, Vicente Andreu. Além dos debates, houve a assinatura de protocolos de intenções pelo saneamento na bacia do Paraopeba, um dos principais afluentes do rio São Francisco.
Os problemas enfrentados pelo Velho Chico e a articulação dos usuários para encontrar saídas para a crise foram apresentados pelo presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, Marcus Vinicius Polignano, e pelo presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda, em participações aplaudidas pela plateia de mais de 150 pessoas, entre gestores de recursos hídricos, presidentes de comitês de bacias, pesquisadores e outros interessados na temática das águas.
Para Polignano, o conhecimento sobre a crise já é antigo e poderia ter evitado as graves consequências agora sentidas. “Não adianta pensar em água sem avaliar como estamos gerindo o sistema. Não fazemos gestão de um rio ou de uma represa, mas de um sistema hídrico que é complexa e merece atenção”. Polignamo apresentou para a plateia diversas imagens atuais que comprovam a gravidade da estiagem na bacia do Velho Chico, em áreas do Alto São Francisco, como Pirapora, Iguatama e Várzea da Palma, local onde o rio das Velhas se encontra com o Velho Chico. “A falta de gestão está levando a bacia do rio São Francisco a perder a sua resiliência ambiental, que é a capacidade de recuperar o equilíbrio e restaurar o sistema”, advertiu.
Comitês – Para Anivaldo Miranda, este é um momento ímpar de aprendizado, que pode significar a inversão de práticas e evitar o agravamento da crise. “Procedimentos como as reduções da vazão não podem ser considerados soluções emergenciais, pois estão se tornando constantes. Por isso, o CBHSF tem exigido e trabalhado para a construção de metodologias e protocolos para tempos de escassez, além da necessária compensação financeira ou ações compensatórias para reduzir os impactos ambientais”. O presidente do CBHSF defendeu maior apoio para o fortalecimento dos comitês de bacias, que são ‘os parlamentos das águas’. “Em nenhum lugar do mundo, o poder público enfrenta a gestão dos recursos hídricos sozinho. É preciso o envolvimento dos diversos usuários e os comitês de bacias são o local mais adequado para estabelecer o diálogo e a construção dos consensos para uma mudança na cultura da gestão hídrica”, ressaltou.
Representando o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, estiveram presentes também ao Fórum das Águas as diretoras da agência delegatária AGB Peixe Vivo, Célia Froes, e Ana Cristina Silveira, além do coordenador da Câmara Consultiva Regional do Alto São Francisco, Márcio Pedrosa.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF
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