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06/06/2016

Comunidades tradicionais do São Francisco sofrem violações aos seus direitos

‘Dimensão Social e Saúde’ foi a temática que iniciou as mesas da tarde de segunda-feira (06/06), do I Simpósio da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, que está sendo realizado na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro, Bahia. Participaram os professores Juracy Marques, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Lucia Marisy Ribeiro de Oliveira (Univasf) e Regina Celeste Souza, do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Universidade Salvador-(Unifacs). O professor da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Facape), Aluísio Ferreira Gomes, atuou como moderador do debate.

Autor de várias obras aspectos sócioambientais, Juracy Marques apresentou a rica diversidade dos povos da bacia, que incluem comunidades tradicionais, como os remanescentes de quilombos, povos indígenas, pescadores tradicionais, fundo de pasto, remeiros, ciganos, entre outros importantes defensores do rio São Francisco. “Esta é a bacia hidrográfica que reúne o maior número de comunidades remanescentes de quilombos do país. É um rio negro”, afirmou o pesquisador, que abordou os conflitos que ocorrem pelo desrespeito a esses povos. “Já houve uma denúncia à comunidade internacional, por meio das Nações Unidas, das violações sofridas pelas comunidades indígenas da Bacia”, destacou.

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Juracy Marques

Entre os conflitos contemporâneos apresentados está a tentativa, por grupos neopentecostais, de retirada das esculturas da Mãe D´água e do Negro D´água do trecho do Velho Chico entre Juazeiro e Petrolina, por uma possível associação às religiões afro-brasileiras, em clara atitude de intolerância religiosa.

Outro grupo que padece por falta de respeito às suas tradições são os pescadores artesanais do rio São Francisco. As pesquisas coordenadas pela professora Lucia Maruizy em cerca de 35 municípios do Sertão do São Francisco, na Bahia e em Pernambuco, revelam que 100% dos pescadores exercem a pesca artesanal. Mas 54% desses comercializam o peixe no próprio rio para atravessadores que não dão o devido valor de mercado ao produto. “É preciso que o pescador artesanal tenha a capacidade de gerir seus próprios interesses, tendo o governo como parceiro”.

A professora, que é pró-reitora de Extensão da Univasf, trouxe para a conferência um pensamento do Marxismo para explicar que “a consciência ecológica dos pescadores vem da necessidade. Eles sabem que o rio está morrendo porque não encontram peixe, porque têm de voltar para casa sem o alimento”.

ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF

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