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20/04/2016

Comunidades beneficiadas comemoram obras hidroambientais na Bacia

O CBHSF concluiu 27 projetos hidroambientais nas diversas regiões da bacia do rio São Francisco. São intervenções fundamentais para garantir a preservação de mananciais, prevenir erosões e contribuir para a boa qualidade da água consumida pelos ribeirinhos. Mais do que ações pontuais, o projeto do Comitê do São Francisco fortalece vínculos com as comunidades, estimulando o interesse pela manutenção do trabalho realizado.

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco já concluiu 27 projetos hidroambientais em todas as regiões fisiográficas da bacia do Velho Chico, investindo R$ 21 milhões oriundos da cobrança pelo uso de suas águas. Neste início de ano, outras obras foram entregues em comunidades ribeirinhas, consolidando uma importante contribuição para a revitalização da bacia.

Até 2019, o Comitê planeja realizar mais 15 projetos, com investimento de mais R$ 28 milhões. Quatro deles foram apresentados às comunidades no mês de fevereiro, tendo como alvo os municípios de Uruana de Minas, Chapada Gaúcha e São Gotardo, em Minas Gerais, e Canindé de São Francisco, em Sergipe. “Essas são obras demonstrativas que têm a finalidade de chamar a atenção dos poderes públicos para as necessidades de revitalização das bacias hidrográficas e de como é possível fazer bom uso dos recursos públicos, com controle total contra desvios e com acompanhamento das comunidades beneficiadas”, afirmou Luiz Dourado, membro do CBHSF.

Segunda etapa
No dia 27 de fevereiro, a comunidade de Brejão, distrito de Morro do Chapéu (BA), formada por cerca de 160 famílias, recebeu a segunda etapa das obras de recuperação hidroambiental do rio Salitre, importante afluente do Submédio São Francisco. Graças à boa receptividade da comunidade e ao acompanhamento do CBHSF, o projeto conseguiu grande êxito e a empresa licitada, Localmaq, além de contratar algo em torno de 40 moradores da região do Salitre para mão de obra, ampliou os resultados esperados. “Foram entregues 86 barraginhas, mais que o dobro das 32 previstas no projeto. Foram construídos mais de 13 mil metros de terraços, quando o projeto previa 4.821 mil metros. Além disso, fizemos mais de 25 mil metros de cercas de proteção de nascentes e 267 paliçadas de pedra”, informou o engenheiro Rafael Alexandre, da Localmaq. O responsável pelas obras explicou a quantidade de água que poderá ser armazenada, graças às intervenções. “Ao todo, 17 metros cúbicos de água poderão ser infiltrados por esses terraços e outros cinco metros cúbicos armazenados nas barraginhas, totalizando 22 milhões de litros de água para servir à comunidade”.

O seminário de entrega da obra em Brejão contou com a presença de estudantes da localidade e de turmas da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e do Instituto Federal de Educação (Ifba), em Jacobina. Para Mateus Medrado Lima, que cursa o 8º semestre de Geografia na Uneb, foi a oportunidade de ver na prática assuntos discutidos em sala de aula. “Pudemos presenciar aqui a luta da comunidade e do Comitê de Bacia pela preservação dos recursos hídricos, que são fundamentais, especialmente para essa região do Semiárido, o que nos mobiliza a estudar ainda mais para dar a nossa contribuição”. A colega, Taiane Nilo, do 6º semestre, concordou: “O curso precisa ser mais prático para nos envolver mais nos problemas sociais e podermos complementar os conhecimentos técnicos e científicos com ações de sensibilização ambiental, em busca da revitalização da bacia”, destacou.

Relação com as comunidades
Em todas as obras financiadas pelo CBHSF, as intervenções ambientais são realizadas paralelamente à mobilização comunitária, buscando envolver os moradores beneficiados. O geógrafo da Localmaq, José Vinicius Rosa de Jesus, ressaltou a criação de vínculos com a comunidade como diferencial do processo. “As reuniões mensais com os moradores, que aconteceram em escolas, povoados e assentamentos, possibilitaram o acompanhamento das etapas da obra pela comunidade, além de ajudar a disseminar informações ambientais”, explicou. Participando ativamente do processo de mobilização, a professora Tâmara Mirna Oliveira Santana, diretora da Escola Municipal Santo Antônio, em Brejão, destacou a importância do envolvimento da comunidade nas obras. “Iniciamos uma importante ação de conscientização ambiental envolvendo professores e estudantes. Graças à parceria com a empresa executora das obras, pudemos realizar o plantio de mudas em áreas comuns”, ressaltou. “O campo de futebol, por exemplo, é um espaço de socialização da comunidade, mas carecia de árvores para fazer sombra, inclusive para as torcidas”, brinca a educadora, listando um dos locais beneficiados pelas intervenções.

No dia 3 de março, foi a vez da comunidade de Três Marias (MG), no Alto São Francisco, participar da entrega das obras de recuperação hidroambiental executadas na vereda Barreiro Grande, no entorno do Lago de Três Marias, importante contribuinte do rio São Francisco. Na oportunidade, o engenheiro da empresa Neo Geotecnologia, responsável pelas obras no local, Marco Antonio Santos, destacou as ações realizadas com o projeto, como o plantio de espécies nativas em cinco hectares de Áreas de Preservação Permanente, e o cercamento de 2.800 metros de matas ciliares, além de mobilização social e ações de educação ambiental, como o plantio de quatro mil mudas de espécies nativas.

“As veredas do nosso país estão esquecidas. Estamos vivendo uma situação de escassez de água e, embora saibamos que isso seja resultado da ação do homem, precisamos de ações positivas, como as que foram realizadas agora pelo Comitê. Elas dão resultados a curto prazo”, disse o prefeito do município, Vicente Resende. A professora da Escola Municipal Geralda Márcia Gonçalves, Renata Magalhães, que compareceu com os alunos da comunidade de Bazilas, manifestou o seu contentamento com a ação: “Quando recebemos o convite para participar desse projeto, intensificamos o ensino dos biomas na escola”, revelou.

Outra obra em andamento destina-se à recuperação da bacia hidrográfica do rio Piauí, em Alagoas, Baixo São Francisco. O Piauí é o único afluente perene do Velho Chico em Alagoas, e o trabalho consiste na recuperação de pelo menos 500 nascentes em toda a bacia, região compreendida entre os municípios alagoanos de Junqueiro, Arapiraca e Limoeiro de Anadia. As obras estão sendo executadas pela empresa GOS Florestal.

Obras finalizadas: 28
Obras por região fisiográfica: Alto (13), Medio (5), Submédio (7), Baixo (3)
Principais intervenções: cercamento de nascentes, adequação de estradas rurais, implantação de paliçadas e curvas de nível, construção de terraços e barraginhas, plantio de mudas nativas e ações de educação e conscientização ambiental.
Total investido: R$ 21 milhões

 

ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF

*Esta matéria foi veiculada no Jornal Notícias do São Francisco nº 41. Para ler o jornal completo, acesse.

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