14/12/2018
CBHSF realiza audiência para tratar do conflito pelo uso das águas em Piaçabuçu (AL)
Construção de reservatório pulmão que solucionará o problema da salinização do rio depende de estudos a serem entregues pela Casal
Para enfrentar os impactos provocados pela alta salinidade registrada na água servida à população de Piaçabuçu (AL), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) deverá financiar a construção de um reservatório pulmão. Porém, o colegiado aguarda, há mais de 20 meses, a apresentação, pela Companhia de Abastecimento de Alagoas (Casal), dos estudos complementares necessários para a colocação do tanque pulmão.
Em reunião realizada em Maceió na manhã desta quinta-feira (13/12), que contou com a presença de representantes da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – Chesf, da Casal, de representante da comunidade de Piaçabuçu, do Ibama, de membros da Comissão do Processo de Conflito de Uso das Águas do Rio São Francisco e da Agência Peixe Vivo ficou decidido que a Casal terá sete dias para apresentar o cronograma e o estado da arte dos projetos e 30 dias para apresentar o projeto redimensionado conforme solicitado pelo CBHSF e pela APV. Caso não seja atendido, ato contínuo, será encerrado o processo e os recursos serão remanejados para outra área da bacia hidrográfica.
Veja mais fotos da reunião:
Entenda o caso:
O conflito pelo uso da água do rio São Francisco no município de Piaçabuçu foi deflagrado em 12 de dezembro de 2015. A falta de vazões para a região do Baixo São Francisco – provocadas pela baixa quantidade de chuvas e pelas barreiras ao longo do rio – tem, como consequência a invasão do rio pelas águas do mar, em sua foz. Essa intrusão salina faz com que a biota do mar invada o São Francisco, altere o ecossistema, e, principalmente, afeta o abastecimento da população que sofre com a salinização da água.
Em dezembro de 2015, a Prefeitura de Piaçabuçu junto ao CBHSF, apontou a colocação de um tanque pulmão como solução. O Comitê se manifestou favorável e se dispôs financiar a construção do reservatório com recursos oriundos da cobrança pelo uso da água. Porém, de acordo com Luiz Alberto Dourado, coordenador do Grupo de Acompanhamento de Contrato e Gestão do CBHSF, “a Casal não apresentou os estudos necessários dentro do prazo acordado. Chegamos a um consenso de que a Companhia entregue os estudos em 30 dias, para que o Comitê apresente a solução e mitigue a questão do abastecimento de água com quantidade e qualidade para a população de Piaçabuçu”.
*Texto: Mariana Martins
*Fotos: Edson Oliveira
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