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01/09/2015

CBHSF participa de workshop sobre a bacia

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O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, foi um dos expositores do VII Workshop Penedo, evento promovido por pesquisadores do programa de pós­graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), nesta segunda-feira (31.08), em Penedo (AL). O evento, que visa discutir os múltiplos usos na bacia do São Francisco, continua até amanhã (01.09)

Miranda participou da Mesa Redonda “Comprometimento dos recursos naturais na bacia do São Francisco”, cuja mediação ficou a cargo do secretário-executivo do Comitê, Maciel Oliveira. O presidente do CBHSF explicou o papel de “parlamento das águas” exercido pelo colegiado e buscou envolver a todos para que participem do trabalho de revisão do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Velho Chico. “O Comitê tem a visão de integrar a bacia como um todo, e não apenas com a calha do rio. Por isso é que faremos, no próximo dia 23, em Brasília, o terceiro encontro de afluentes do São Francisco”, confirmou ele.

Ainda falando para a platéia, formada, principalmente por estudantes, Anivaldo Miranda ressaltou a preocupação com o atual quadro climático e explicou que a baixa vazão, praticada atualmente em 900 metros cúbicos por segundo (m³/s), causa um outro impacto, que é a má qualidade da água. “A presença dessa mancha no Baixo São Francisco é a prova disso. Os efeitos dessa vazão são catastróficos, principalmente no Baixo”, afirmou Miranda. Ele também criticou a falta de controle das outorgas concedidas para a retirada de água do Velho Chico. Para ele, se esses aspectos não forem levados em consideração, o São Francisco tende a secar.

Apesar do cenário negativo, Anivaldo Miranda apontou saídas, como a mudança da matriz energética. Além disso, sugeriu a leitura e o cumprimento da lei federal 9.433/97, a chamada Lei das Águas, considerada por ele como uma das melhores gestadas pelo governo brasileiro. Miranda também voltou a cobrar a recomposição das matas ciliares e o combate aos efeitos erosivos como ações que melhoram a qualidade da água.

Antes da apresentação do presidente do CBHSF, o professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Cláudio Luiz Sampaio, discutiu com a plateia os efeitos devastadores da pesca predatória e a poluição no rio. Segundo ele, várias espécies de peixes, típicos do Velho Chico, já desapareceram. E questionou sobre o rio que queremos. “Um rio sem peixes, sem turistas e com a economia parada? É isso que devemos refletir, a fim de preservar o Velho Chico”, encerrou ele.

Professor da Universidade de Salvador (Unifacs), Fernando Pedrão fez uma explanação bastante crítica, envolvendo o momento de grave degradação do rio com a política nacional. “É preciso que os gestores olhem para a bacia hidrográfica do rio São Francisco como um todo. A caixa d’água do rio fica em Minas Gerais, onde a população é mais organizada”, destacou ele, para lembrar que, apesar desse aspecto, a principal nascente do rio secou recentemente.

Também integrante da Unifacs, a professora Anya Cabral mostrou o calendário da construção das hidrelétricas de Sobradinho (BA) e Xingó (AL), entre outros fatores, para comprovar que, durante a construção, já estava claro a inexistência de água suficiente para geração de energia no São Francisco. O superintendente de Recursos Hídricos da Secretaria de Meio Ambiente de Alagoas (Semarh/AL), Ailton Francisco da Rocha, também expôs a preocupação do governo alagoano com a crise hídrica.

ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF

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