05/12/2014
CBHSF e setor elétrico discutem usos múltiplos de Três Marias
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF, Anivaldo Miranda, participou nesta quinta-feira, 4 de dezembro, em Belo Horizonte – MG, de uma reunião para tratar dos usos múltiplos das águas da barragem de Três Marias, no Alto São Francisco. Estiveram presentes representantes da Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG, da agência delegatária AGB Peixe Vivo, do Ministério Público, além dos consultores de recursos hídricos Rodolpho Ramina e Nelson Pinto.
Engenheiro hidráulico e professor aposentado da Universidade Federal do Paraná – UFPR, Nelson Luiz de Souza Pinto é um reconhecido especialista em barragens. O consultou avaliou como positivo o encontro promovido pelo CBHSF. “Ficou claro pelo diálogo que a função do reservatório de Três Marias não tem como uso apenas a geração de energia. Há toda uma necessidade de abastecimento e a CEMIG tem essa consciência. Por isso, mesmo em crise, a vazão mínima foi mantida”. O professor destacou a disposição do diálogo entre os diversos usuários e o papel desempenhado pelo CBHSF. “O Comitê do São Francisco é o órgão catalizador das demandas e necessidades dos diversos usuários, mas é preciso uma estrutura de poder, com autoridade para disciplinar os usos da água e a gestão dos recursos hídricos”.
Presente à reunião, o gerente de Planejamento Energético da CEMIG, Marcelo de Deus Melo, elogiou a iniciativa do CBHSF de contratar consultores especialistas na temática das águas para qualificar o debate. “A contribuição do Comitê do São Francisco nas discussões sobre a bacia tem avançado bastante pela qualificação e pelos estudos realizados. Todas essas análises e pesquisam visam um debate mais aprofundado em busca de um consenso, que não interessa apenas ao setor elétrico e, sim, aos usos múltiplos”. Melo informou que a Cemig se comprometeu em realizar os estudos técnicos, em conjunto com a ONS. “Tanto o setor elétrico respeita o Comitê, como o Comitê tem visto na CEMIG uma parceira na discussão sobre as águas”.
Anivaldo Miranda defendeu o Pacto pelas Águas para a construção de uma nova cultura na gestão hídrica. “Todos os usuários devem colocar na mesa seus dados e suas necessidades, além das variáveis e cenários possíveis, para que possamos estabelecer procedimentos de consenso. O Comitê não trabalha com ortodoxia, é preciso diálogo”.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF
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