09/04/2014
Baixo nível no reservatório de Três Marias discutido em reunião na ANA
Em nova reunião realizada na sede da Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília (DF), na última sexta-feira (4.04), para avaliar os efeitos da vazão reduzida do Rio São Francisco, o tema que norteou as discussões foi a urgência em atender aos municípios que apresentam dificuldades em abastecer a população devido ao rebaixamento do nível do rio. O grave problema enfrentado pela represa de Três Marias, em Minas Gerais, assumiu toda a discussão porque o quadro atual de estiagem pode se agravar e interferir, inclusive, em toda a bacia do Rio São Francisco.
Os técnicos do Serviço de Água e Esgoto (SAE) e da Companhia de Energia e Elétrica de Mias Gerais (Cemig) apresentaram o quadro atual, que aponta para a grave situação da região. O volume de água armazenada hoje na barragem está bem abaixo do mínimo aceitável. Com isso, a pauta inicial que era discutir a metodologia aplicada para definir o nível da vazão do São Francisco foi suspensa e a ANA acabou recebendo autorização para reduzir a defluência na região de Três Marias para 150 m³ por segundo, ao contrário da que se pratica atualmente, de 350m³ por segundo. “É uma situação dramática para a região, por ser a cabeceira do rio, o local que joga água para o rio como um todo”, explicou o secretário-geral do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Maciel Oliveira, presente à reunião.
A prática dessa vazão trará transtorno para a captação de água do município de Pirapora, imediatamente e, se perdurar a falta de chuva, poderá ocasionar dificuldades ao perímetro irrigado da Jaíba e à navegação a montante da represa de Sobradinho, a qual deverá continuar com a vazão reduzida para 1.100m3/s pelo menos nos próximos 90 dias, caso não haja chuvas nesse período e ainda devido à redução da vazão na barragem de Três Marias. Apesar da autorização para a defluência, antes da redução serão aplicadas alternativas, a exemplo da troca de bombas, para reduzir os efeitos da baixa defluência.
Diante da urgência, o vice-presidente do CBHSF, Wagner Soares Costa, sugeriu que, na metodologia, seja aplicado um gatilho para cima, o que daria uma prorrogação da redução mínima em Sobradinho em torno de 90 dias. “E se houvesse chuva que ocasionasse em aumento da vazão, seria acionado o gatilho para aumentar a vazão proporcional ao volume incremental nesse período”, defendeu Costa.
Especialistas apontam que a situação na região de Três Marias é a pior dos últimos 70 anos. “Trata-se de uma previsão do pior que pode acontecer em toda a bacia do Velho Chico e temos que admitir a possibilidade de uma redução da defluência em Sobradinho para 1 mil m³ por segundo”, prevê Maciel Oliveira.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF
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