21/01/2019
Associação Peixe SF realiza primeira reunião e discute preservação do rio São Francisco
Recém constituída, a Associação Aquicultura do Rio São Francisco – PEIXE SF, criada com o objetivo de representar toda a cadeia produtiva da aquicultura na Região da Bacia do Rio São Francisco compreendida pelos lagos de Xingó, Moxotó, Itaparica e Sobradinho, realizou em Paulo Afonso, a sua primeira reunião ordinária. O encontro, além de contar com a presença de produtores, também teve a participação de representantes dos poderes públicos municipais. O encontro aconteceu no auditório do CDTA da Universidade do Estado da Bahia, Campus VIII, em Paulo Afonso – BA.
Além de fortalecer a cadeia produtiva, a Peixe São Francisco trata de questões amplas com discussões que envolvem desde a produção até a preservação dos rios. A pauta que envolveu a construção de grupos de trabalho para levantar, abordar e apresentar propostas aos órgãos competentes, também apontou a necessidade do cadastramento dos psicultores da região e a urgência em resolver problemas relacionados ao aparecimento de baronesas na região de Paulo Afonso e Glória. As duas cidades, conhecidas também pela forte produção de peixes, vem amargando prejuízos econômicos, sociais e ambientais devido ao grande volume de plantas aquáticas presentes no rio.
“Temos na pauta discussões que passam pela construção da associação, como a criação de grupos de trabalho, planejamento estratégico para o período de 2019 a 2021, apresentação da minuta do regimento interno, entre outros temas que também passam pela preservação como o assunto inerente às baronesas; já estivemos em conversa com representantes de Alagoas, mas precisamos chegar mais perto dos representantes do Estado da Bahia. Sergipe também já demonstrou interesse em conversar para ver o que é possível para resolver essa problemática”, explicou o presidente da Peixe SF, Almeida Júnior, que também destacou a importância do setor que, segundo ele, é responsável pela geração de negócios na região do São Francisco.
A PEIXE SF cumpre o objetivo de defender a cadeia produtiva garantindo métodos de fomentar o desenvolvimento sustentável da atividade na região. Segundo o regimento, a associação também deverá prestar assistência técnica, econômica, política e representativa para os associados. A ideia inicial é que todos os produtores possam ser cadastrados e participem das discussões.
Para a coordenadora de associativismo da Diocese de Floresta (PE), Ivone Lisboa da Silva, a Peixe SF deve unir os quatro estados para desenvolver a atividade em conjunto que vai desde a questão ambiental até a comercial. “Entendemos a importância de criarmos, em conjunto, espaço para abordagens amplas e isso envolve primordialmente o cuidado com o rio, pois se ele não estiver bem, todos saem perdendo. Nós trabalhamos com foco nos pequenos produtores atendendo associações em Jatobá, Itacuruba e Belém de São Francisco (PE), para que possam se desenvolver de forma consciente e sustentável”.
Mesmo sofrendo anos de degradação, o Rio São Francisco, que passa por seis estados brasileiros, envolvendo cerca de 9% do total de municípios do país, é fonte de vida para todo esse território. A pesca e produção de peixes em cativeiro estão entre elas. “A pesca é um setor diretamente vinculado ao Rio sendo um canal, rápido, direto e eficiente acerca da situação ambiental do manancial. Com o conhecimento da situação, o CBHSF promove estudos e aprofunda discussões visando sanar as questões que provocam prejuízos ao nosso Velho Chico”, afirmou o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Baixo São Francisco Honey Gama Oliveira.
*Texto e Foto: Juciana Cavalcante
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