27/03/2015
A história de Ailson dos Santos com o Velho Chico
“Toda sociedade precisa entender que, assim como precisamos viver, precisamos garantir o rio São Francisco vivo para ele nos dar vida”.
Esse foi um dos alertas ouvidos pelos participantes do III Seminário dos Povos Indígenas da Bacia do Rio São Francisco, realizado em julho na Aldeia Pataxó Barra Velha, em Porto Seguro. A voz desse clamor pertence a Ailson dos Santos, o cacique Yssô Truká, que integra o Conselho de Anciões da Aldeia Truká Tapera, na Ilha de São Félix, município de Orocó, Pernambuco, no Sub Médio São Francisco.
Nascido em 1960, na pequena Ilha da Onça, porção de apenas um hectare no leito do rio São Francisco, em Cabrobó (PE), Yssô transformou seu amor pelo rio em motivação pela salvação do Velho Chico.
“Minha relação com São Francisco é de pai para filho. Eu preciso zelar pelo meu pai. Os braços do rio são as veias que correm no meu corpo, em cada uma delas corre a vida, que são suas águas”, afirma o cacique com os olhos marejados.
Há dez anos, Yssô participou das discussões que culminaram na criação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, sendo o primeiro representante das comunidades indígenas.
“Peregrinamos por toda a extensão do rio e denunciamos a grave situação. Geramos um diagnóstico e entregamos ao Governo. Estava nascendo naquele momento algo que garantiria a vida do rio. O CBHSF é uma conquista social, um espaço político de discussão sobre a situação do rio”.
O Velho Chico ainda tem muita história pra contar. E você? Qual a sua história com o rio?
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