28/06/2019
Cobrança pelo uso da água é defendida em encontro de comitês no Espírito Santo
Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco afirma que cobrança da água bruta vai mudar a realidade do Espírito Santo.
Além do valor pedagógico, Anivaldo Miranda, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, durante o 3° Encontro dos Comitês de Bacias Hidrográficas do Espírito Santo, nesta quinta-feira (27), no auditório da Rede Gazeta, em Vitória, capital capixaba, garantiu que a cobrança do valor real da água bruta vai mudar o quadro hídrico do Estado. “É uma falácia afirmar que pagar pela água é despesa, pelo contrário, aumenta a produção e traz desenvolvimento sustentável para o país”, explicou sob aplausos de uma plateia formada por técnicos e ambientalistas.
Principal responsável pela conservação da biodiversidade e dos ciclos naturais, produção de alimentos, a água é imprescindível para a manutenção da vida. Apesar de sua natureza renovável, vem passando por um grande problema de escassez no decorrer dos últimos anos. Prevista como um dos instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos, a cobrança pela utilização da água bruta ajuda a tornar o consumo da água mais racional e sustentável e poderá vir a se tornar realidade no Espírito Santo, informou o presidente do Fórum Capixaba de Comitês de Bacias Hidrográficas, Paulo Breda, que acompanhou a experiência na bacia do Rio São Francisco, narrada por Anivaldo Miranda, convidado especial para participar da mesa-redonda.
Anivaldo Miranda trouxe na bagagem de gestor ambientalista uma matemática simples. As somas dos pactos das águas, da legalização e da revitalização resultam na excelência do Plano Nacional de Recursos Hídricos. “Obras físicas não são mais importantes que fazer gestão. Venho ao Espírito Santo aprender e também aproveitar a oportunidade para mostrar a emblemática bacia do Rio São Francisco, considerado rio de integração nacional. Só tenho que agradecer ao povo capixaba por apresentar nossa experiência e fortalecer os laços de relação para vencer a grande batalha para convencer o povo da importância da água”, afirmou Anivaldo.
No Nordeste, o Ceará e a Paraíba já realizam a cobrança, sendo que os cearenses já fazem isso desde 1996, antes mesmo do advento da Lei federal 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos. Também ocorre para aqueles que utilizam recursos hídricos de rios de caráter federal, como o Rio São Francisco.
Anivaldo Miranda e o presidente do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas, Hideraldo Buch, foram recebidos no Espírito Santo pela Diretora de Transformação da Rede Gazeta, Leticia Paoliello Lindenberg. “Trata-se de uma pauta factual, importante e tem nosso foco. A empresa aposta no debate com autoridades experientes que trazem para o Estado um modelo novo e atual de gestão”, disse Letícia.
Para finalizar o debate, Hideraldo Buch fez um apelo ao govenador do Espírito Santo, Renato Casagrande. “Trata-se de um homem público com perfil ambientalista e de reconhecimento nacional. Já tem apostado no modelo moderno de gestão hídrica e pode facilitar a cobrança de água bruta que trará justiça social, qualidade de vida e crescimento econômico sustentável para o Espírito Santo”, encerrou.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Renato Paoliello
*Fotos: Renato Paoliello Filho
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