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05/06/2019

Videoconferência da ANA discute a geração de energia alternativa


O novo modelo de videoconferências para o acompanhamento das condições de operação do Sistema Hídrico do Rio São Francisco, promovido pela Agência Nacional de Águas (ANA) começou a vigorar nesta segunda-feira (3 de junho). Após a entrada em vigor da resolução da agência, através da qual estabelece novos valores mínimos de vazão, as reuniões para esse fim passaram a acontecer mensalmente. A cada reunião, um tema pré-definido será discutido. Nesta segunda-feira, o tema foi a geração de energia por meios alternativos para o sistema integrado nacional de energia elétrica.


De acordo com apresentação feita pela equipe técnica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o sistema elétrico nacional tem recebido uma participação maior de geração eólica, analisado o período de junho 2018 até maio 2019. Nesse período seco da bacia, que vai até novembro, é que há uma maior complementaridade de fontes alternativas na geração de energia.

A previsão do ONS é de que até dezembro próximo, a energia eólica contribua com 30%, em média, na oferta de energia. Também entram na composição do sistema elétrico interligado, a geração de energia solar e térmica. A engenheira de Recursos Hídricos do ONS, Luana Paiva, apresentou o balanço energético diário do subsistema Nordeste e escolheu o dia 22 de março, na qual a geração hidráulica representou 18% do sistema elétrico; a solar, 2%; eólica, 6%; a térmica, 35%; e o intercâmbio líquido, 39%.

Segundo os dados apresentados por Luana, em apenas uma semana, a participação eólica aumentou bastante. “Na semana seguinte, no dia 29 de março, a contribuição das eólicas chegou a 43%; a hidráulica, 24%; a solar, 3%; a térmica, a 18% e o intercâmbio líquido, 12%”, explicou ela.

Ainda na videoconferência, o coordenador-geral de Operações e Modelagens do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi, apresentou as previsões e projeções para a bacia do Rio São Francisco. Os levantamentos feitos pelo órgão confirmam a chegada do período seco na bacia. “A previsão é de chuvas apenas no litoral brasileiro, sem nenhum impacto no rio São Francisco. Na região da foz, a previsão é de apenas 3 milímetros (mm) de precipitação. Ou seja, um índice irrelevante para a bacia hidrográfica”, resumiu ele.

A próxima videoconferência da Agência Nacional de Águas, em julho, terá como tema a ser discutido a qualidade de água. A sugestão foi apresentada pelo presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda. “Nesse aspecto, quero informar que uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas [Ufal] realizou uma expedição na região do Baixo e está em fase de conclusão do relatório. Acredito que o resultado do trabalho poderá ser apresentado nesse fórum na próxima reunião”, defendeu Miranda.

Miranda também sugeriu a inclusão de um debate sobre a proliferação de macrófitas na região de Paulo Afonso, município baiano. “O Comitê está muito preocupado e, nesse sentido, participou da reunião de governadores que aprovou o plano de desenvolvimento do Nordeste e sugeriu uma luta inicial pelo saneamento, coleta e tratamento de esgotos”, reforçou o presidente do CBHSF.

Ele destacou que, apesar de chamar atenção para o caso de Paulo Afonso, o problema não se restringe apenas ao Submédio do São Francisco, mas se estende até o Baixo. “É uma questão crítica que atinge essas duas regiões. São locais que apresentam dificuldade com relação à qualidade da água, então acho importante discutir a situação de diversos pontos, desde Paulo Afonso, mas também alguns outros municípios, como Delmiro Gouveia e Piranhas, em Alagoas, até Aracaju, em Sergipe”, finalizou Anivaldo Miranda.

O superintendente da ANA, Joaquim Gondim, confirmou que deverá formalizar o convite para a participação das universidades de Alagoas e da Bahia (UFBA) na próxima reunião, no dia 1º de julho, além de órgãos como Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), entre outros.

 

Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Delane Barros
*Fotos: Bianca Aun

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