17/06/2018
Romaria de barcos encerra primeiro dia da campanha ‘Eu Viro Carranca para Defender o Velho Chico’ em Januária
A segunda metade do primeiro dia da campanha ‘Eu Viro Carranca para Defender o Velho Chico’, no município mineiro de Januária, foi marcado por manifestações culturais e artísticas em homenagem ao Rio São Francisco. Uma romaria de barcos saiu de Pedras de Maria da Cruz com destino ao porto de Januária, levando fieis, pescadores, oficiais da Marinha, bombeiros e policias militares do meio ambiente.
Junto aos romeiros, imagens de São Francisco, São Pedro, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora Imaculada Conceição e de Nossa Senhora Aparecida – santos protetores das águas e padroeiras dos municípios ribeirinhos de Januária, Pedras de Maria da Cruz, Bonito de Minas, Cônego Marinho, São João das Missões, Itacarambi e Manga.
Durante a chegada, romeiros se juntaram a outras centenas de participantes que os aguardavam e, juntos em orações, pediram aos santos proteção às águas do Velho Chico. Nos tempos atuais, é a fé dos pescadores que os mantêm persistentes na atividade da pesca. “Os peixes quase não existem mais, pesca-se um aqui, outro ali, e vamos levando na esperança de dias melhores”, afirmou Rosilene Rodrigues Cavalcante. O também pescador Pedro Rodrigues de Almeida complementou a fala da sua colega de profissão ao afirmar que “de dez ano para cá os peixes só vem mingando e se espera que os governantes olhem com mais cuidado para o rio, que alimenta milhões de famílias”.
Na sequência, todos foram em comitiva até a concentração do evento, na praça Patrocínio Motta, em frente à orla do Cais de Januária. Lá foi realizada a abertura oficial do encontro, com pronunciamento dos organizadores do evento. O secretário municipal de Turismo e Cultura de Januária, Sidney Olímpio, deu as boas-vindas a todos e agradeceu ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) pela escolha de Januária para sediar a campanha nacional ‘Eu Viro Carranca para Defender o Velho Chico’. “Esse rio que nos alimenta, que cuida, que enche os nossos olhos de ternura, amor e encanto está doente, muito doente e nós precisamos unir esforços para cuidar dele”, disse.
Sirléia Drumond, conselheira do CBHSF e coordenadora do evento, felicitou a todos com saudações franciscanas e reforçou a necessidade de políticas “públicas para a revitalização da bacia, de conscientização e educação ambiental e maior controle das atividades econômicas não sustentáveis na bacia”.
Adelson Toledo de Almeida, conselheiro do CBHSF e organizador adjunto do evento, destacou o papel cultural e educacional da campanha ‘Eu Viro Carranca para Defender o Velho Chico’. “Manter viva a cultura ribeirinha representa a sua preservação atual e futura”, falou.
Altino Francisco, presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica CBH SF4, da região do entorno da represa de Três Marias, parabenizou o município e a coordenação regional pela realização de um evento tão diversificado e rico em conhecimento sobre o rio e cultura ribeirinha. “A história de Januária está intrinsicamente ligada à história do rio”.
Willian César Ireno, presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica Jequitaí Pacuí, lembrou que “a água é um bem finito e indispensável à vida, por isso somos todos responsáveis por ela”.
Representação Política
A classe política foi representada pela deputada federal, Raquel Muniz, e pelo deputado estadual por Minas Gerais, Gil Pereira. Ambos destacaram a relevância da campanha ‘Eu Viro Carranca para Defender o Velho Chico’ em Januária e falaram dos trabalhos desenvolvidos como parlamentares em favor da revitalização do Rio São Francisco e contra a seca que assola a região.
Sanfonata
A apresentação da ‘sanfonata’, reunião de vários sanfoneiros da cidade, fechou a noite. Nem Viana, coordenador do grupo, explicou que a sanfona é a raiz da cultura januarense. O secretário Sidney Olímpio contou que a proposta da sanfonata foi inspirada nas tradicionais “vesperatas” de Diamantina e que o objetivo é a incluir no calendário de eventos da cidade.
Confira as fotos da campanha durante a tarde e noite do dia 16/06:
Texto: Núbia Primo
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