05/06/2018
Aprender para ensinar: conscientização sobre o Velho Chico alcança estudantes de Pedagogia
Dezenas de alunos do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) foram até o Centro de Vivência da instituição, nesta terça-feira, 05, quando se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, para conhecer a campanha “Eu viro carranca para defender o Velho Chico”. A motivação dos universitários foi, principalmente, aprender sobre o rio São Francisco para, futuramente, atuar na formação de outros estudantes.
Cerca de 50 desses alunos foram levados pela professora Maria José, que ensina a disciplina de Educação e Ética Ambiental. De acordo com a educadora, o evento foi uma grande oportunidade para discussão sobre sustentabilidade e cidadania. “A pedagogia se debruça sobre o processo ensino-aprendizagem. Como eles são futuros profissionais da educação, vão informar os futuros cidadãos. À medida que eles têm conhecimento da temática ambiental, podem falar sobre o rio e fazer uso da problematização como uma ferramenta pedagógica”, esclarece a professora.
Um desses futuros pedagogos é Kelly Cristina, 19, que reiterou a importância de conhecer sobre o São Francisco. “Há muitas pessoas que vivem através do rio. Então acaba sendo muito importante que a gente se conscientize para manter o Velho Chico salvo”, disse. “Nós somos a base da educação, da instrução e da formação de crianças e, além disso, da formação pessoal delas como indivíduos”, reforçou.
Após receber informações sobre o São Francisco, Kelly fez uma transmissão ao vivo através de uma rede social, informando sobre o conteúdo de cada painel. Questionada sobre sua ação, a estudante disse: “Pequenas coisas têm grandes resultados quando todo mundo se une”.
Yasmin Ferreira, 18, também do curso de Pedagogia, frisou a valorização dos elementos presentes em nossa cultura. “Hoje nossa educação falha muito sobre ensinar o que é nosso, da nossa terra. O Rio São Francisco é motivo de orgulho e deve ser preservado”, lembrou.
E por falar em cultura, juntos a tantos outros visitantes da exposição, Yasmin aproveitou para enaltecer um elemento bem presente na tradição nordestina: o forró pé-de-serra. Ao som de Lucas Campelo, a atração musical neste segundo dia de evento, todos se uniram em uma breve quadrilha junina e “quebraram o caranguejo”.
O músico falou com entusiasmo sobre a junção da luta pela preservação do rio e da cultura nordestina. “A gente reacende características e símbolos. O Velho Chico representa uma comunidade, as memórias de um povo ribeirinho, sobretudo, de um povo brasileiro”, enfatizou.
Mas também ressaltou a luta pela preservação do rio, ao cantar a música “Velho Chico”, de Pinto do Acordeon. Para Lucas Campelo, a letra composta na década de 90, foi ideal para o momento. “Essa música mostra por quanto tempo já se luta para salvar o São Francisco”, ressalta.
Nos primeiros versos, a canção pede, simbolicamente, para que o rio reclame sobre como ele vem sendo impactado pelo progresso. E segue dizendo: “As suas águas estão correndo lentamente, os afluentes também sofrem essa pressão. Eu vejo os peixes correndo nas suas margens, o surubim já está quase em extinção”.
Veja as fotos do segundo dia de atividades da campanha:
Dezessete anos de CBHSF
Neste dia 5 de junho, quando se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF) completa 17 anos de atuação. A luta tem como objetivo construir uma gestão sustentável para a bacia que, em seus 2.700 quilômetros de extensão, integra duas regiões, 6 estados e o Distrito Federal, abrange 505 municípios e uma população estimada em 18 milhões de pessoas.
*Texto: Jéssica França
*Fotos: Alan Rodrigo
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