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22/09/2017

Presidente do CBHSF prestigia solenidade que institui ave símbolo de Alagoas

O Mutum-de-alagoas, um dos onze animais em extinção na natureza no Brasil, voltou ao seu habitat natural depois de 42 anos. A partir de agora, passará por um processo de adaptação até ser reintroduzida, de forma definitiva, na Mata Atlântica alagoana. A ave acaba de se tornar símbolo de Alagoas, a partir da assinatura de decreto governamental, na manhã desta sexta-feira (22 de setembro). O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, participou da solenidade que serviu para ressaltar a importância do Mutum-de-alagoas na Usina Utinga Leão, no município de Rio Largo (AL).

A solenidade marcou a chegada de um casal da espécie, oriunda de Minas Gerais, enquanto se espera a chegada de outros dois casais, vindos do mesmo Estado, onde eram criados em cativeiro e sem acesso da população. A ação de reintroduzir o Mutum-de-alagoas supera o ato simbólico, visto que a ave foi praticamente dizimada em Alagoas, único estado em que pode ser encontrada. “Trata-se, portanto, de uma espécime genuinamente alagoana, cuja preservação se deu por ter sobrevivido em cativeiro, longe dos disparos de chumbos de caçadores alheios à necessidade da preservação e do cuidado ao meio ambiente”, afirma o presidente do Instituto Para a Preservação da Mata Atlântica (IPMA), Fernando Pinto, ambientalista que empreendeu uma batalha incansável nesse sentido nos últimos anos.

Nessa determinação, Pinto contou com um aliado fundamental, o mineiro Pedro Nardelli, que conseguiu capturar seis exemplares da espécie na mata alagoana, na década de 1980. A partir daí e com o apoio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), deu início ao programa de reprodução em cativeiro, em terras mineiras. O trabalho frutificou e gerou 230 aves. Nardelli, presente à solenidade, se emocionou com o reconhecimento, da mesma forma que Fernando Pinto, que chegou às lágrimas durante homenagens prestadas por uma profissional liberal que utilizou a história do Mutum no seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Veja fotos da solenidade

O governador de Alagoas, Renan Filho, ressaltou que ao reapresentar o Mutum-de-alagoas propicia o resgate de algo de grande importância para as questões ambientais do Estado. O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, reconhece a importância do trabalho. “Esse é o coroamento do trabalho do ambientalista Fernando Pinto, ao lado de incansáveis defensores da natureza, e que merece todo o nosso reconhecimento”, resumiu Miranda.

A solenidade também contou com a participação de representantes do poder público, além de ambientalistas, prefeitos, vice-prefeitos e secretários de Meio Ambiente, do Estado e de municípios próximos a Rio Largo, além do ambientalista e ator Vitor Fasano.

 

Por Delane Barros

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