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05/06/2017

Vazão reduzida causa problemas de captação para abastecimento humano

Texto: Delane Barros

A vazão atualmente praticada na região do baixo São Francisco, de 600 metros cúbicos por segundo (m³/s), começou a prejudicar a captação de água para o estado de Sergipe. A informação foi passada na manhã desta segunda-feira (5 de junho), durante reunião de avaliação das condições hidrometeorológicas, promovida pela Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília (DF) e transmitida por videoconferência para os estados inseridos na bacia do chamado rio da integração nacional.

Durante a reunião, técnicos da Deso, companhia de abastecimento de Sergipe, comunicaram que o nível atual do rio impede a captação de água na região próxima a Xingó (SE). A alternativa encontrada, pelo menos momentaneamente, foi a relocação da bomba flutuante para conseguir garantir o fornecimento de água para a população sergipana.

Apesar do registro, o superintendente da ANA, Joaquim Gondim, confirmou que a agência federal recebeu o aval do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a manutenção da vazão de 600 m³/s, pelo menos até novembro, devido a forte estiagem registrada na bacia do Velho Chico. A defluência nas barragens de Xingó e Sobradinho vem sendo reduzida gradualmente desde 2013, de 1.300m³/s até atingir o patamar atual.

Dia do Rio

Ainda no encontro foi apresentada a minuta de resolução da ANA, através da qual institui o chamado Dia o Rio. De acordo com a proposta, as captações de água devem ser suspensas um dia por semana, até o final de novembro, como forma de dividir as responsabilidades quanto a preservação do Velho Chico e do reservatório de Sobradinho.

Pela proposta, a partir do próximo dia 21, todas as quartas-feiras a captação de água deverá ser interrompida em toda a bacia do São Francisco, com exceção apenas para fornecimento ao abastecimento humano. A professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e integrante do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Yvonilde Medeiros, falou em nome do presidente do colegiado, Anivaldo Miranda, e garantiu o apoio do Comitê na divulgação e mobilização para essa iniciativa.

Yvonilde relatou que manteve contato com Miranda, que está afastado de suas atividades para tratamento de assuntos pessoais, e comunicou que a assessoria de comunicação do CBHSF deverá elaborar material informativo para massificar a necessidade de respeito à resolução. “O Comitê dará todo o apoio necessário a essa iniciativa”, afirmou ela. O diretor técnico da agência Peixe Vivo, delegatária do CBHSF, Alberto Simon, reforçou o posicionamento da professora durante a reunião.

Com a suspensão das captações por 24 horas, uma vez por semana, a previsão é de que sejam preservados cerca de 40m³/s. Esse patamar seria suficiente para evitar a utilização do volume morto do reservatório de Sobradinho, conforme informações dos técnicos da ANA, repassadas pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf).

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