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06/06/2016

Fenômeno La Niña preocupa pesquisadores da bacia do São Francisco

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José Almir Cirilo

Pesquisadores já admitem a possibilidade de uma onda de resfriamento afetar, ainda este ano, as águas do rio São Francisco, o que eles chamam de fenômeno La Niña. A informação foi reconhecida pelo professor José Almir Cirilo, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), durante a programação do I Simpósio Acadêmico da Bacia do Rio São Francisco, cujos debates tiveram início hoje (06.06), em Juazeiro (BA). Para ele, o cenário se tornará “preocupante” porque distúrbios climáticos, como secas e enchentes, passariam a ocorrer de forma acentuada. A anomalia atua em condições reversas ao El Niño, que se associa ao aquecimento das águas superficiais.

Cirilo lembrou que esse novo fator climático, apesar de contribuir para a chegada de chuvas na região Nordeste, poderá reforçar ainda mais o clima de estiagem que perdura na bacia, numa realidade em que “a demanda ultrapassa a oferta de água”. O rio São Francisco passa por uma severa seca, que vem resultando no esvaziamento de um dos principais reservatórios da sua calha, Sobradinho, na Bahia. Ano passado, o reservatório chegou a atingir 1% da sua capacidade útil de armazenamento, comprometendo o abastecimento de populações ribeirinhas dos estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.

O especialista, que compôs a mesa do turno da manhã destinada a debater a qualidade da água no São Francisco, lembrou que as obras da transposição ficarão comprometidas, caso a barragem não volte a aumentar o seu volume hídrico. “O equilíbrio entre a oferta e a demanda de água é o que assegura o desenvolvimento econômico dessas regiões”, disse.

A transposição precisa de 26,4% m3/s de vazão de Sobradinho para que os 12 milhões de nordestinos previstos pelo projeto tenham acesso à água são franciscana. Eles se encontram espalhados pelos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Agendada para ser entregue no final de 2016, obra está atrasada há quatro anos, ultrapassando a marca dos R$8,2 bilhões em investimentos, o dobro do previsto inicialmente. “Ela só se tornará, de fato, efetiva quando as estruturas complementares forem finalizadas”, completou ele, referindo-se às obras que estão sendo executadas em paralelo pelos governos estaduais a fim de levar água para os principais polos econômicos do Nordeste Setentrional. Segundo o técnico, algumas delas se encontram em atraso, sem estimativa de término.

O Simpósio do São Francisco acontece até a próxima quinta-feira (09.06), na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), às margens do Velho Chico. Encabeçado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), em parceira com a instituição científica, o evento reúne pesquisadores de todo o país para discutir cinco eixos temáticos: qualidade da água, quantidade de água, dimensão social e saúde, governança, e conservação e recuperação hidroambiental.

ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF

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