20/01/2016
ANA e Chesf apontam para uma vazão de até 500 m³/s em Sobradinho
No decorrer da reunião por teleconferência realizada na última segunda-feira, 18 de janeiro, a partir de Brasília (DF), para os diversos estados inseridos na bacia do rio São Francisco, os representantes da Agência Nacional de Águas (ANA) sinalizaram com a possibilidade de reduzir a vazão da Barragem de Sobradinho dos atuais 800 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 500 m³/s, como forma de evitar o uso do chamado volume morto do reservatório.
A notícia dessa possibilidade, recebida com inquietação por vários participantes da reunião, veio como resultado da apresentação pela equipe da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) da análise que praticamente descarta o uso significativo do volume morto para fins de geração de energia hidrelétrica, apesar de a barragem possuir descarga de fundo que permite essa utilização.
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, que participou da teleconferência a partir da sede do colegiado, em Maceió (AL), solicitou acesso ao teor da análise da Chesf para submetê-la ao exame dos especialistas do Comitê. “No possível acesso ao volume morto de Sobradinho haverá sempre algum nível de impacto, mas impacto negativo ainda maior será causado por uma redução tão dramática quanto 500m³/s”, ponderou.
Diante do quadro, Miranda voltou a propor o estudo de novas alternativas que garantam a sobrevivência do rio e apontou para a necessidade da restrição de outorgas. “Se, no decorrer de 2016 a situação hidrometeorológica chegar aos piores extremos, o que não é o cenário mais provável, será preciso encontrar novas alternativas, tais como restrição de outorgas, para dividir o peso desses impactos e evitar vazões de volume tão degradantes para um ecossistema já estressado além do limite”, considerou.
OUTORGAS
Realizada com o objetivo de anunciar decisão da ANA e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para permitir a prática, desde já, de uma vazão reduzida de 150m³/s no Reservatório de Três Marias (no Alto São Francisco) e de 800m³/s em Sobradinho (Médio São Francisco), a teleconferência girou em torno do comportamento das chuvas no atual período úmido em toda a bacia hidrográfica e dos impactos que mais esta redução drástica terá para as captações de água para irrigação e abastecimento humano e para as condições de navegabilidade e prática da pesca artesanal a jusante das barragens.
Levando em conta esses impactos negativos, o presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, voltou a cobrar a necessidade de utilizar o recurso da restrição de outorgas e retiradas de água na calha do São Francisco e seus afluentes, em limites que não inviabilizem as atividades econômicas, como forma de minorar o volume das reduções de vazões nas barragens hidrelétricas e dividir de forma mais justa os sacrifícios e os riscos sofridos pelo conjunto dos usuários da água em toda a bacia.
No final da reunião, ficou pré-definida a realização de um segundo encontro para a próxima segunda-feira, dia 25 de janeiro, a partir de 10h pelo horário de Brasília, com a mesma modalidade de realização, ou seja, através de teleconferência.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF
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