15/08/2014

População recebe bem obras executadas no Médio São Francisco

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF realizou, nos últimos dias 12 e 13 de agosto, seminários para entrega oficial de obras de recuperação hidroambientais, no oeste da Bahia. Nos eventos, foram apresentadas para as comunidades as intervenções realizadas no rio Santo Onofre, no município de Paratinga, e na bacia do rio Pituba, em Serra do Ramalho. As obras consistiram em intervenções para conservação do solo e das nascentes, bem como adequação de estradas rurais e foram elogiadas pelas pessoas que estiveram presentes nas duas solenidades.

Para o Coordenador da Câmara Consultiva Regional do Médio São Francisco, Claudio Pereira, as obras são importantes mas só terão os reflexos que se espera se houver o compromisso da população para a preservação e fiscalização das intervenções. Ele ressaltou ainda que há a possibilidade de aprovação, ainda este ano, de novas ações em Serra do Ramalho.

Morador do povoado de Carrapicho, em Paratinga, Juscelino Araujo Teles observou que as obras já demonstram mudança na região. “No trecho que foi cercado, a gente percebe que já tem capim, a grama está verde e os pés de árvores, como goiabeira e ingazeira, começam a crescer”, observa o morador. Além de mais de 26 quilômetros de cercas rurais para a proteção de nascentes e mata ciliar, a região foi contemplada também com 45 diques de pedras e a adequação de 16 Km de estradas para conter a velocidade da água e o assoreamento no rio.

Já na comunidade quilombola de Barreiro Grande, em Serra do Ramalho, onde são visíveis os processos erosivos, voçorocas e mata ciliar degradada, foram cercados cerca de dez quilômetros em Área de Preservação Permanente (APP). Moradores opinaram que as intervenções realizadas até agora são insuficientes, diante das necessidades da região, mas reconhecem que o Comitê é o único órgão a realizar obras de melhorias na localidade. Esta é a opinião, por exemplo da quilombola Maria Rosangela Barbosa Soares: “Acreditamos que esse projeto realizado pelo Comitê abrirá as portas para a vinda de outros projetos semelhantes”, reconhece ela, que também elogiou a equipe que executou a obra, no caso, a empresa Localmaq Ltda.

Erosão nas margens do velho Chico, na comunidade quilombola de Barreiro Grande – Serra do Ramalho

Ao finalizar os trabalhos na comunidade de Barreiro Grande, o coordenador Claudio Pereira, que também é quilombola, falou da alegria em representar as comunidades tradicionais no Comitê e deixou a sua mensagem para o povo são-franciscano. “É preciso que a sociedade inteira, não só os quilombolas, entenda que há um projeto maior que pode ser feito em toda a calha do São Francisco. É o projeto da conscientização ambiental”, concluiu o coordenador.

Estiveram representadas nos eventos as Prefeituras de Paratinga e de Serra do Ramalho; a Assessoria e Consultoria Técnica – Ascontec; a Associação de Moradores da Comunidade Quilombola de Água Fria; o Ibama; a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola – EBDA; e a agência delegatária do Comitê do São Francisco, a AGB – Peixe Vivo.

Projetos no Médio
Com a entrega dessas duas obras, o CBHSF já contabiliza quatro projetos pilotos concluídos em cidades da Bahia, na região do Médio São Francisco. Outros municípios já contemplados com projetos hidroambientais são Côcos, com intervenções na bacia hidrográfica do rio Itaguari, e São Desidério, com obras na bacia do rio Grande. Ainda neste ano, há previsão de entrega de mais uma obra hidroambiental, desta vez na bacia do rio das Piranhas, em Bom Jesus da Lapa.

ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF